Vacinação da gestante
A imunização da mãe protege o bebê
12 Março 2007 -
Esse tema ainda desperta um certo receio pelo fato de que tudo que a mãe faz pode refletir de alguma maneira no bebê. É indiscutível que durante a gravidez os cuidados com a ingestão ou aplicação de qualquer substância diferente das usadas habitualmente devem ser maiores, mas há medidas como a aplicação de determinadas vacinas que podem trazer mais proteção e segurança tanto para a mãe como para o bebê.
Um exemplo disso, com a eficácia já comprovada, é a vacina anti-tetânica. Antigamente conhecido como o mal dos sete dias, já que a doença iniciava-se dentro da primeira semana de vida, o tétano neonatal era causa de muitas mortes de recém-nascidos. A porta de entrada da infecção é, na maioria dos casos, o coto umbilical da criança, por isso é tão importante seguir as instruções do médico para fazer uma higiene correta dessa área.
Além da anti-tetânica, as gestantes também devem receber a imunização contra difteria, elas são administradas juntas. A imunização da gestante com a vacina dT (dupla tipo adulto contra Difteria e Tétano) faz parte do calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde. Há duas situações que definem como dever ser o processo de vacinação:
Gestantes não vacinadas (ou que desconhecem seu passado vacinal) | Gestantes vacinadas |
Deve-se aplicar três doses, com intervalos de dois meses entra a mesmas. Para melhor proteção ao bebê, a terceira dose deve ser aplicada até duas semanas antes do parto. Recomenda-se evitar o primeiro trimestre de gestação, já que nesta fase certos problemas que poderiam ocorrer, independentemente da vacina aplicada, seriam atribuídos injustamente ao ato vacinal. | Nas grávidas que foram vacinadas há mais de cinco anos, recomenda-se uma dose de reforço com objetivo de aumentar a quantidade de anticorpos. Estes anticorpos passam pela placenta e protegem o bebê contra estas duas doenças. Recomenda-se a vacinação após o primeiro trimestre de gestação, pelo mesmo motivo citado ao lado. |
Não foram relatados efeitos adversos para o feto em decorrência da aplicação dos toxóides diftérico e tetânico em qualquer fase de gestação.
Segundo o médico Edmilson Migwoski no artigo Gestantes podem ser vacinadas?, publicado pela Sociedade Brasileira de Imunizações- SBIM, a vacinação contra tétano de futuras mamães trouxe dois avanços: “O primeiro foi evitar o tétano neonatal; e o segundo foi o de iniciar um procedimento, até então ignorado, que era a vacinação de gestantes”.
Em situações de risco outras vacinas também podem ser administradas em mulheres grávidas. Converse com seu médico, ele é a pessoa indicada para avaliar o caso e recomendar a vacinação.
Para uma gravidez segura e tranqüila
O ideal é que todas as mulheres sigam corretamente o calendário de vacinação, que deve estar completo antes de engravidarem. Dessa forma já estariam imunizadas contras as principais doenças e passariam uma gestação tranqüila e sem riscos.
A vacina tríplice viral- SCR (Sarampo, Caxumba e Rubéola) deve ser administrada em mulheres de 12 a 49 anos, não grávidas, que não tiverem comprovação de vacinação anterior. Principalmente a imunização contra Rubéola é essencial às mulheres em idade fértil. Essa doença é particularmente grave quando atinge gestantes no primeiro trimestre de gravidez. O feto pode ser atingido pelo vírus e evoluir com a forma congênita da doença, apresentando seqüelas irreversíveis tais como glaucoma, catarata, malformação cardíaca, retardo no crescimento, microencefalia, surdez, dentre outras. |
Fonte: “Gestantes podem ser vacinadas?”-artigo do Dr. Edmilson Migwosky, publicado pela Sociedade Brasileira de Imunizações; Calendário de Vacinação do Adulto e do Idosos do Ministério da Saúde; Programa Estadual de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológ